Estádio da Ponte Grande guarda glórias do esporte guarulhense

No histórico bairro da Ponte Grande, local que no começo do século XX era cercado pela várzea do Rio Tietê, em que os “cotovelos” do importante rio serpenteavam formando bancos de areia, propício para a atividade das Olarias que ficavam as suas margens, a ponte que dava o nome no bairro era sua marca mais importante.

A história é a história dos homens e mulheres nos seus afazeres, pois se soma a ponte e as olarias, outra importante marca do bairro: a prática esportiva. Comunidades de árabes, portugueses e italianos, junto aos nativos brasileiros em sua variedade étnica encontraram no local espaço para a prática esportiva como em nenhum outro espaço de Guarulhos.

Campos de futebol de várzea, um rio navegável e planícies compunham um cenário em que o esporte foi (e é) uma identidade marcante no bairro. O Clube União Tietê fundado em 1921 registra em seu salão nobre parte desta memória do bairro. Mas talvez, o monumento que melhor celebra o local é o Estádio Municipal Arnaldo José Celeste inaugurado em final de 1973.

Conforme documentos, o projeto ambicioso foi planejado pelo arquiteto Lucio Grinover, professor da FAU-USP e imaginava integrar vários estádios municipais espalhados pela cidade, começando por este na Ponte Grande local em que a prática de esportes já era comum no bairro. Conforme o plano geral, a ideia era estimular outros bairros a se desenvolver tendo as Olimpíadas Colegiais como evento marcante.

O complexo esportivo é composto por um ginásio poliesportivo, duas quadras externas, campo de futebol e pista de atletismo. O local é frequentado pelos moradores do bairro e é um celeiro de grandes atletas da cidade de Guarulhos.

Pela sua famosa pista de atletismo já passou João Carlos de Oliveira, o “João do Pulo” e seu irmão Francisco Carlos de Oliveira. Outros atletas como Zequinha Barbosa, Conceição Jeremias iniciaram a sua carreira ali. Pressionado pela especulação imobiliária, assim como por um empreendimento fora de propósito da prefeitura, o local vive permanentemente ameaçado, sendo necessário assim o seu tombamento como Patrimônio Histórico.

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