Cemitério São João Batista e seus traços de arte tumular
Primeiro cemitério de Guarulhos
Fundado em 1889 e tombado pelo patrimônio histórico em 28 de agosto de 1990, o São João Batista (Faça um passeio histórico pelo cemitério) tem heranças de vários períodos e aspectos antigos que devem ser lembrados com grande importância para entendermos a sua atualidade. Também conhecido como Cemitério do centro situado na Rua Felício Marcondes, era muito mais extenso do que hoje.
O antigo espaço chegava até a Biblioteca Municipal Monteiro Lobato, mas foi reduzido nos anos 1960, com parte dos túmulos sendo transferido para o cemitério de São Judas Tadeu (Picanço), que tinha sido recém inaugurado. Hoje tem apenas 3.423,30 metros quadrados.
Em sua arte segue o padrão do Cemitério Chora Menino de Santana, capital, São Paulo fundado em 1897, com seus azulejos pintados à mão, de influência ibérica e cristã, feitos por ateliês locais como Ateliê Moral Sentin e o Ateliê Rocha.

No Cemitério São João Batista encontramos poucas esculturas em pedra e dois em metal, todas as peças são de série e encontradas em outros cemitérios como os anjos e o Cristo. O que chama nossa atenção neste cemitério são as obras finalizadas com azulejos pintados a mão, que tem uma diversidade maior que as esculturas como veremos a seguir.
Como exemplo utilizaremos um túmulo que fica o lado direito de quem entra no cemitério: segundo a filha do sr. Waldemar, a sra. Silena Moral que mantém o ateliê hoje em dia, mas voltado ao designer de interiores, este imigrante espanhol tinha um portfólio que era mostrado aos clientes que escolhiam o que representava suas crenças e desejos, depois ele produzia as peças de cerâmica e depositava no forno à 700ºC, o que garante a durabilidade de mais de 50 anos que observamos em Guarulhos e no Chora Menino.
Isso demonstra uma ligação com arte e também com os artistas dos dois cemitérios. O resultado observável em diversas obras da necrópole São João Batista, é que as famílias tradicionais que foram sepultadas ali se aproximam tanto no gosto artístico quanto na fé, à população da zona norte de São Paulo da mesma época, ou seja, final do século XIX até 1960.
Sendo assim, o tipo ideal de família tradicional de Guarulhos é Cristão Católico Apostólico Romano, operário ou pequeno comerciante e apreciador de arte ibérica.