Liga Feminina reivindicou a abertura do trecho final da Emílio Ribas

O projeto Memória Viva do Ponto de Cultura da AAPAH leva moradores para falar sobre o passado da cidade, um desses convidados foi o historiador Silvio Ribeiro, que nasceu no bairro do Cambuci (São Paulo), em 09/07/1940, veio para Guarulhos em 1947 para morar na rua Jaboticabeira, no Gopoúva, exatamente onde atualmente fica o Colégio Canadá. Neste encontro ele fala sobre a liga feminina.

Depois de alguns anos, o historiador mudou-se para o Jardim Gopoúva, especificamente na rua Engenheiro Cesar Polilo. Nessa época a avenida Emílio Ribas ia até a o final do muro do antigo Sanatório Padre Bento, a via não fazia a ligação entre o Centro e a Vila Galvão, ainda não existiam os bairros Jardim Tranquilidade e o Jardim Vila Galvão.

Entre a Vila Galvão e o Jardim Tranquilidade existia uma trilha no meio do mato, assim a Liga Feminina do Gopoúva, que era liderada pela parteira dona Antonia, foi até o gabinete do prefeito Fioravante Iervolino para solicitar a abertura da continuação da avenida Emílio Ribas.

Liga feminina lutou para pavimento da emílio ribas
Avenida Emílio Ribas com calçamento de paralelepípedo. Ano: 1962. Acervo: Silvio Ribeiro.

As mulheres do Gopoúva justificavam que precisavam ir até a Vila Galvão para fazer compras e pagar contas e nem todos os moradores tinham condições de pagar a passagem de ônibus, ir pelo meio do matagal era perigoso.

Naquela época, só existia uma motoniveladora em todo município de Guarulhos, mesmo assim no outro dia após o encontro com o prefeito, a máquina estava no bairro para abrir a via.

O operador da motoniveladora foi até a casa da dona Antonia para saber onde deveria ser aberta a futura avenida, a parteira acompanhou o profissional para mostrar que a via deveria sair do Jardim Tranquilidade e terminar próxima à rua Quitandinha, o mesmo trajeto que conhecemos hoje

Antiga Estrada do Sanatório

A Liga Feminina ainda voltou ao gabinete do prefeito para solicitar cascalho para a avenida se tornar transitável nos dias de chuva e também pediu uma linha de ônibus, Fioravante também era proprietário da Empresa de Ônibus Guarulhos.

A abertura da Emílio Ribas aconteceu entre os de 1950 e 1951, nessa época o local era conhecido como a Estrada do Sanatório. O primeiro ônibus era do modelo jardineira com apenas uma porta de entrada e saída, nos dias chuva os passageiros homens desciam para ajudar a empurrar o veículo a subir nas ladeiras. Essas eram as características desta região da cidade de Guarulhos.

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