Fidalma de Maria Paiva e o Jd. Presidente Dutra
Na semana do 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, trazemos a história de uma mulher importante para um tradicional bairro de Guarulhos, a senhora Fidalma Maria de Paiva.
O Jardim Presidente Dutra tem seu surgimento parecido com muitos outros bairros de Guarulhos. Ao longo da Rodovia que abrigava parte da indústria da cidade, formavam-se loteamentos, inicialmente voltados para uma população de alta renda. Chácaras e sítios eram presentes em todo a região.
Uma delas era a fazenda do Conde Francisco Matarazzo. Vendida a família Meller que a loteou. Os terrenos após serem vendidos, começam a ser ocupados. Como é marcante não apenas neste lugar, mas em toda Guarulhos, o estado só chega depois que as pessoas compravam seu pedaço de terra.
Um bairro marcado por necessidades e dificuldades na chegada dos serviços do estado, vai ter na ação de uma mulher uma das suas principais lideranças políticas.
Fidalma de Maria Paiva era agente federal e se mudou para o bairro em 1959, com o esposo e mais dez filhos. Com todas as ausências notadas na sua chegada ela começa a patrocinar muitos serviços. Inaugura a primeira escola do bairro onde ela mesma vai lecionar, abrindo aos sábados para as famílias pobres da região que trabalhavam nas olarias.
Posteriormente intercedeu junto ao bispado de Mogi das Cruzes para a construção da primeira igreja. Com a permissão da construção de uma capela e contando com a ajuda do Colégio Santa Inês do Bom Retiro, em São Paulo, devido à ação de duas irmãs católicas, ela organiza festas para levantamento de fundos. Após idas e vidas, a instalação da capela acompanhou o uso da sala paroquial para o aumento dos atendimentos escolares, assim coma autorização para instalação do Clube das Mães do Jardim Presidente Dutra, com chancela da Caritas Brasileiras que ajudava na doação de alimentos para atendimento às famílias.
O ativismo de Dona Fidalma não parou na igreja e na escola. Ainda na década de 1960, em sua residência funcionou a única agência de correio da região e também uma pequena farmácia comunitária que além de remédio, recebia um médico para consultas locais. A família recebeu do prefeito Valdomiro Pompeo o serviço de telefonia da região, sendo uma das filhas de Dona Fidalma empregada para tal finalidade.
A mulher ainda exerceu informalmente a profissão de dentista da região. Realizava extrações, restaurações e até próteses, atendendo à população mais pobre. Após denúncias de que não possuía diploma, ajudou na organização de um consultório local, com um dentista diplomado.