Percurso da arquitetura moderna em Guarulhos

A AAPAH – Associação Amigos do Patrimônio e Arquivo Histórico realizou neste último sábado, dia 5 de março de 2016, mais uma caminhada pela cidade de Guarulhos, a primeira do ano. O trajeto buscou mostrar ao público o referencial da arquitetura moderna na paisagem urbana do município ao percorrer edifícios como a E. E. Conselheiro Crispiniano, Sindicato dos Metalúrgicos e CECAP (Caixa Estadual de Casas para o Povo), obras de um dos maiores símbolos da arquitetura moderna nacional, Vilanova Artigas, a Aché, do arquiteto Ruy Ohtake, a Itapemirim, de Sidônio Porto e a Universidade de Guarulhos, projetada por Eduardo Kneese de Mello.  
O roteiro “Caminhos da Arquitetura Moderna” proporcionou uma experiência arquitetônica, histórica e patrimonial com a cidade pós década de 1960, período marcado por intensas transformações no cenário urbano, muitas delas ancoradas por ações políticas, como a construção das rodovias Dutra, Fernão Dias e Ayrton Sena, a Base Aérea e Aeroporto e o CECAP (Faça um passeio virtual), obras que estimularam o desenvolvimento econômico-industrial em Guarulhos. Dentro desse prospecto, os arquitetos modernistas vão projetar o Estado e o município dentro de uma nova lógica, a social. Conceitualmente, as construções desse período, refletem os ideais e a influência comunista do modelo europeu tanto na estética como na funcionalidade dos espaços projetados. O CECAP idealizado por Artigas, por exemplo, é um bairro residencial pensado para pessoas de baixa renda, o operariado, e planejado para ser totalmente autossuficiente, com comércio local, infraestrutura, lazer e serviços sociais – como saúde e educação.

arquitetura
Condomínio São Paulo, Cecap. Ano: 2016. Acervo: AAPAH/Bruno Leite de Carvalho.

Observamos como elementos característicos nas construções modernas, seja para o uso residencial, comercial ou industrial, a intencionalidade explícita de criar locais comuns onde pessoas pudessem interagir, seguindo uma lógica comunitária. O uso do concreto aparente e de materiais brutos também era marcante, bem como o estilo geométrico das construções, os elementos e estruturas modulares, que esteticamente remetem aos grandes galpões industriais.

A caminhada partiu da E. E. Conselheiro Crispiniano e teve como destino o Parque Cecap, lá o historiador e organizador do livro “Cecap Guarulhos: histórias, identidades e memórias”, Tiago Guerra, falou um pouco sobre o projeto, as lutas por infraestrutura e agremiações de moradores, além outras curiosidades, e por fim, os presentes ainda puderam experimentar, no espaço da Bocha, uma deliciosa feijoada local.

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