Terreiro de Candomblé é reconhecido como bem cultural
Terreiro de Candomblé llê Axé Omon Obá Olooke ty Efon – Axé Ogodô é o primeiro templo de religião afro tombado na esfera municipal guarulhense
A casa de candomblé de nação Ketu, llê Axé Omon Obá Olooke ty Efon – Axé Ogodô, recebeu por unanimidade o reconhecimento de patrimônio cultural e histórico de Guarulhos.
O terreiro foi tombado pelo Conselho do Patrimônio Histórico, Artístico, Ambiental e Cultural de Guarulhos (CPHAACG), em reunião acontecida hoje (02/05/2023) com sua diretoria, membros da sociedade civil e representantes das secretarias do governo municipal.
A solicitação de tombamento ocorreu em 19 de setembro de 2021 por meio da Associação Casa de São Pedro (ACASP), representada pelo Sr. André Luis Ricardo.
A conselheira Suzy Santos fez a visita técnica, pois era a responsável pela relatoria e também associada da AAPAH, em 12 de março de 2022, quando confirmou-se o interesse de tombamento do imóvel.
O que disseram sobre o tombamento
A vereadora Janete Pietá recebeu com entusiasmo o reconhecimento do terreiro de candomblé que fica na rua Botuporã, 58, Jardim lV Centenário, Guarulhos/SP. Assim, ela publicou em sua página do Instagram:
“Agora, daremos andamento no tombamento Estadual e Federal. Parabéns a todos e a todas por essa luta! É uma grande vitória. Viva a Cultura Afro-brasileira!”
A museóloga e professora Suzy Santos também destacou a importância deste reconhecimento:
“Parabéns a tod@s s envolvid@s direta ou indiretamente na defesa do tombamento de bem patrimonial tão importante e representativo para o município. Saudações a tod@s s orixás que estiveram e estão conosco na continuidade da caminhada ancestral.”
Já o historiador Tiago Guerra que representa a AAPAH no Conselho de Patrimônio enfatizou as questões históricas e territoriais:
“É o primeiro terreiro reconhecido como patrimônio material e imaterial na cidade de Guarulhos. Tem importância singular, pois está localizado em uma região da cidade em que a presença negra é histórica. O bairro das Lavras, juntamente com a mineração do Ouro esconde sobre o seu solo, ainda pouco prospectado, marcas dessa Guarulhos negra e indígena. O tombamento do terreiro vira um marco pois será o pontapé inicial para outras identificações e reconhecimento não apenas na região, mas em toda Guarulhos. Este dia jamais será esquecido”
Tombamento
Com o reconhecimento pelo Conselho agora é necessária a publicação no Diário Oficial de Guarulhos, mas vale ressaltar que o colegiado tem o total poder de deliberação para reconhecimento dos patrimônios culturais do município.